O apoio psicológico é fundamental no processo de reabilitação das pessoas que perderam a visão. Impacto emocional é semelhante à perda de um ente querido.
“Fiquei surpresa e aliviada quando vi as pessoas com deficiência visual em atendimento na Fundação Dorina. Agora, sei que minha filha vai ter uma vida normal”.
Essa é a opinião de Nádia Ponte, mãe da pequena e sorridente Lívia, de dois anos. Quando Lívia tinha apenas três meses, Nádia percebeu tremores nos olhinhos da filha e recorreu a uma oftalmologista. Descobriu que Lívia sofria de aniridia, uma doença rara que consiste numa má formação congênita da íris.
“Nunca tivemos um caso assim na família, então foi um baque”, conta Nádia. Foi pesquisando na internet que ela descobriu a Fundação Dorina e entrou em nossa triagem. “Fui chamada em abril do ano passado e a Lívia começou no atendimento de fisioterapia e estimulação precoce. Enquanto isso, entrei no atendimento psicológico e me senti acolhida. Estou aqui há mais de um ano e ver o progresso da Lívia e das outras pessoas com deficiência visual me faz muito bem”.
Progresso também é uma palavra-chave para Jefferson Matias, que sempre foi muito ativo. “Fui de caminhoneiro a inspetor de aluno”, lembra ele.
Aos 14 anos, Jefferson descobriu que tinha diabete, mas não deu grande importância ao fato. “Eu comia e bebia de tudo, achava que era o Homem de Ferro”. Só que, aos 35 anos, teve uma crise de hiperglicemia e foi para o hospital. “Tive descolamento de retina nos dois olhos e perdi praticamente 100% da visão”.
Jefferson entrou em depressão e chegou a tentar o suicídio. Foi durante esse período que ele iniciou a reabilitação na Fundação Dorina, onde reaprendeu a realizar suas tarefas do dia a dia e a caminhar sozinho. “No começo eu não gostava de usar a bengala, pois ainda não aceitava a minha deficiência, mas fui atendido por uma das psicólogas e mudei meu pensamento aos poucos. Hoje, sei que ela ajuda na minha independência”, conta.
Vida nova
Para a psicóloga Rita Lobo, uma das profissionais da área de Serviços de Apoio à Inclusão da Fundação Dorina, é fundamental que cada pessoa receba um atendimento individualizado com base em uma investigação prévia. “Nem toda tristeza pode ser qualificada como depressão. É natural que, ao sofrer uma perda, como a visual, a pessoa entre em um processo de luto. Nosso papel é ajudar na reconstrução da sua vida a partir desse cenário”, explica.
Confira aqui mais informações do nosso apoio à campanha nacional Setembro Amarelo, uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV).
Disque 188
Além de diversas ações de mobilização durante o Setembro Amarelo, o CVV também conta com o Disque 188, um serviço de prevenção ao suicídio que funciona durante o ano todo, sem pausas.
Por meio do telefone 188, o CVV oferece apoio emocional a pessoas que querem e precisam conversar, sob sigilo absoluto. As ligações são gratuitas em todo o Brasil e podem ser feitas em qualquer horário, todos os dias.