Para contribuir com a inclusão e autonomia de pessoas cegas e com baixa visão proporcionamos programas de reabilitação, educação especial, empregabilidade e acesso à informação, além da produção e distribuição de livros em braille, áudio e Daisy.
Toda criança precisa ter, na prática, o que a lei já prevê: direito a educação de qualidade. E com as crianças cegas e com baixa visão não é diferente: todas elas têm, incondicionalmente, o direito de vivenciar todas as perspectivas de crescimento e ingresso no ensino regular, possibilitando o desenvolvimento de todas as suas potencialidades como indivíduos ativos, participantes, solidários, colaboradores, críticos, construtores de sua própria realidade e, ainda, integrados e transformadores do contexto social revelado no ambiente em que estão inseridas.
Para que isso ocorra de maneira satisfatória é preciso considerar o papel fundamental do educador e a oferta de recursos de acessibilidade adequados ao processo.
A alfabetização em braille é fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança cega ou com baixa visão. Isso busca garantir, a todas elas, um sistema de comunicação que favoreça os processos educativos, profissionais e de lazer. Por isso, o acesso aos livros infantis em braille, didáticos ou de literatura, tem papel preponderante na significação da criança com a leitura.
Transcrições e impressões
Contando com editores especializados e a maior gráfica em capacidade produtiva da América Latina, produzimos transcrições e impressões de livros em braille e em tinta/braille (que trazem o texto tanto em braille quanto impresso).
Nossa expertise na produção de material em braille garante a qualidade de livros didáticos de alta complexidade, como química, física, matemática e geografia, assim como de livros infantis ilustrados, impressos em tinta/braille.
A adaptação de imagens, gráficos e tabelas, a transcrição de material em inglês e espanhol, e a produção de tabelas periódicas e mapas diversos garantem materiais didáticos e paradidáticos a centenas de estudantes cegos e com baixa visão que frequentam a rede regular de ensino.
Daisy
Outra forma de produção de livros didáticos para alunos cegos e com baixa visão é o Daisy (Digital Accessible Information System), um formato digital que permite que as pessoas com dificuldade de leitura possam acessar um texto escrito e ouvir o material impresso.
Considerado padrão internacional para produção de livros digitais e dotado de ferramentas de busca, navegação e pesquisa que facilitam muito o acesso ao conteúdo de livros didáticos, o formato Daisy começou a ser produzido no Brasil há cinco anos, graças ao pioneirismo da nossa Fundação.
A partir da demanda de jovens cegos e com baixa visão que enfrentavam grande dificuldade em concluir seus estudos universitários por falta de bibliografia acessível, investimos no desenvolvimento de um sistema de produção de livros no formato Daisy e iniciamos a produção de títulos universitários nas áreas de direito, psicologia, pedagogia, entre outros, facilitando a conquista de um diploma universitário por estudantes cegos ou com baixa visão.
Desde 2011, o Ministério da Educação (MEC) adotou o formato Daisy para a produção da versão acessível do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), e nós temos sido, mais uma vez, responsáveis pela produção da maioria dos títulos acessíveis que chegam às mãos dos alunos da rede pública de ensino do Brasil.
Capacitação e disseminação
Dentre os cerca de 6,5 milhões de pessoas cegas e com baixa visão no Brasil, de acordo com o IBGE, aproximadamente 20% delas são crianças e adolescentes. Indivíduos que têm constitucionalmente assegurado o direito à educação, mas que, na prática, enfrentam uma situação bem diferente.
Uma das maneiras mais importantes de garantir a todas elas esse direito é promover e facilitar o acesso e a permanência na escola, preferencialmente na rede pública e regular de ensino. Sabemos, porém, que ainda existem alguns obstáculos para isso. Algumas das questões que surgem de maneira recorrente são o despreparo e a falta de capacitação de professores e educadores para lidar com esses alunos, a ausência ou insuficiência de equipamentos adaptados e acessíveis que possibilitem um desempenho escolar adequado, além de ambientes pouco permeados de atitudes que realmente favoreçam a verdadeira inclusão.
Cientes desse contexto, temos dirigido nossos esforços na disseminação de conhecimento para pessoas cegas e com baixa visão, fornecendo orientação e apoio pedagógico em escolas, e desenvolvendo projetos de orientação técnica e pesquisas em universidades. Além disso, temos enfatizado a capacitação de profissionais da saúde e de educação, e participado ativa e constantemente de palestras, fóruns, seminários e congressos.
Disseminamos, também, publicações sobre temas relativos à pessoa cega e com baixa visão, como inclusão escolar, recursos técnicos, relacionamento com a família e tecnologias, com o objetivo de garantir um ambiente escolar adequado, onde o respeito à dignidade do ser humano não seja somente discutido, mas também exercitado por toda a comunidade escolar.