Data foi escolhida em homenagem a José Álvares de Azevedo, primeiro professor cego do Brasil,
Dia 8 de abril comemora-se o Dia Nacional do Sistema Braille – data escolhida em homenagem ao nascimento de José Álvares de Azevedo, primeiro professor cego do Brasil, e tem o objetivo de conscientizar a população sobre ações que visam à inclusão e o acesso à educação para pessoas com deficiência visual.
Por causa de sua importante contribuição para a melhoria no aprendizado das pessoas com deficiência visual, José de Azevedo recebeu o título de “Patrono da Educação para Cegos no Brasil”.
O Sistema Braille foi criado em 1824 pelo francês Louis Braille na França. É um código universal que permite às pessoas cegas beneficiar-se da escrita e da leitura, dando-lhes acesso ao conhecimento, favorecendo sua inclusão na sociedade e o pleno exercício da cidadania.
O Dia Nacional do Sistema Braille existe no Brasil desde 2010, e a comemoração busca inspirar reflexões sobre ações que ampliem e favoreçam o desenvolvimento intelectual, profissional e social das pessoas cegas ou com pouca visão.
A origem
Em 1946, Dorina Nowill viaja para os Estados Unidos com duas amigas – Neith Moura e Regina Pirajá – para especialização em educação de cegos, com a obtenção de bolsa de estudos cedida pela Fundação Americana para os Cegos.
Nesse cenário de estudos, tiveram o apoio de Dr. Robert Irwin, Diretor Executivo da Fundação, ilustre personalidade cega dos EUA, que acreditava no carisma da jovem Dorina para obtenção de apoio para suas causas. Em reunião com a diretoria da Kellog Foundation for the Blind, Dorina expôs o problema da falta de livros em braille no Brasil, e a necessidade de uma imprensa braille.
Após estágios e treinamentos, recebem da Kellog Foundation verbas para a criação e manutenção da imprensa com a garantia do governo brasileiro. Ainda em 1946, enquanto Dorina estava nos Estados Unidos, foi criada a Fundação para o Livro do Cego no Brasil (FLCB) e, dois anos depois, chegam os equipamentos completos da imprensa braille: maquinário, papel, cola, barbante, no valor de 10 mil dólares.
Após a imprensa passar por vários endereços, que não serviam por completo para as necessidades estruturais, o então prefeito de São Paulo, Dr. Armando de Arruda Pereira, autoriza a construção do prédio na Rua Dr. Diogo de Faria, 558, Vila Clementino, onde até hoje funciona a sede da Fundação Dorina.
Atualmente são produzidas milhares de páginas em braile de livros didáticos e literários, partituras musicais, cardápios, catálogos, rótulos e muitos outros materiais que colaboram para a inclusão das pessoas com deficiência visual.
Hoje a gráfica braille da Fundação Dorina é uma das maiores do mundo, com capacidade de produção de até 450 mil páginas por dia.