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Marcelo Panico

Muita coisa há para ser feita, mesmo sem enxergar

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Foi de repente. Aos 33 anos, a vida deu uma reviravolta. As veias da retina se romperam e o advogado Marcelo Panico perdeu quase toda a visão. “Foi um luto de se fechar em casa no meu quarto. Eu pensei que a vida tinha realmente acabado”, lembra.

Isso faz oito anos. Hoje reabilitado pela Fundação Dorina, conta com a ajuda de um cão-guia, e faz parte da equipe de advogados de uma multinacional. Marcelo também é usuário de livros digitais acessíveis, da revista Veja falada e de outros produtos oferecidos pela instituição.

O recomeço não foi fácil, como acontece com todos que passam pela Fundação Dorina. Fez treinamento com recursos óticos, aulas de informática, atividades do dia a dia, orientação e mobilidade. Teve que reaprender a fazer o que sabia de outra forma e hoje convive bem com os recursos tecnológicos que auxiliam o seu cotidiano.

Marcelo está sempre com um sorriso no rosto. E para quem dúvida que os deficientes visuais podem levar uma vida independente ele dá o recado: não duvide da capacidade do ser humano em se superar. Eu achei que minha vida tinha acabado. Mas estou aqui para provar que muita coisa há para ser feita, mesmo sem enxergar.

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