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Luccas

Alegria que contagia.

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Luccas é um menino de 1 ano e quatro meses. Portador de anoftalmia bilateral, o bebê não desenvolveu os globos oculares e, por isso, já nasceu cego. Sua mãe, Marisvalda Silva Barreto, é uma mulher leve e de bem com a vida. “Descobri ainda durante a gestação e foi um choque. Achei que meu filho nasceria doente. Mas quando fiquei sabendo que ele seria uma criança saudável, disse para mim mesma: ‘é isso o que importa.” E desde que nasceu cuido dele como cuidei dos meus outros três filhos, sem nada de especial. Ele não dá trabalho.”

O pai de Luquinhas não assumiu, não dá pensão e nem visita a criança, mas Val tem nos filhos mais velhos o suporte que precisa para cuidar do caçulinha. “Os meninos amam o Luquinhas. Ele é a alegria da casa. Juntamos o dinheiro de todo mundo e não deixamos faltar nada para ele.”

Apesar de tratar o problema do filho com leveza e desprendimento, Val percebe ainda muito preconceito nas ruas. “Muita gente faz questão de ficar longe dele. Outro dia, ao ver uma vizinha, perguntei a ela: ‘Você já conhece o meu Luquinhas?’ e ela respondeu: “Ai, ai, ai… Nem quero ver pra não chorar!” Eu não consigo entender isso! Ele é alegre e tão saudável, nunca teve uma gripe, o que mais eu posso querer? Sentir dó dele por quê? Ele é tão feliz!”, reforça a mãe.

Hoje, Luquinhas usa prótese expansora nos olhos e faz acompanhamento contínuo para melhor adaptação. De longe, parece uma lágrima, mas de perto é possível ver a pontinha de silicone que possibilita a retirada da prótese para higienização ou ajustes.

Aos poucos, Val vai encontrando oportunidades que podem ajudar no desenvolvimento do filho. “Quando o Luquinhas nasceu, lá mesmo no hospital me orientaram a procurar a Fundação Dorina. Viemos aqui quando ele tinha 4 meses e o tratamento começou na semana seguinte. A gente nem esperou. Está sendo tão bom…”, avalia.

Com o filho saudável e tão alegre, o maior sonho de Val agora é ver Luccas começar a dar seus primeiros passinhos. “Tô louca pra ver ele andar! Mas até hoje, nada…”

Márcia Silva, fisioterapeuta da Fundação Dorina, explica que o atraso motor de Luquinhas e da maioria das crianças cegas se deve à privação de estímulos visuais. “A criança aprende muito por imitação. Se ela não vê os objetivos que pode alcançar, a gente precisa incentivar esses movimentos corporais.” Segundo a fisioterapeuta, uma criança começa a perceber que pela movimentação ela encontra coisas, aí passa a se interessar pelos movimentos. “Por isso damos prioridade no atendimento aos bebês, para que possamos estimular seu desenvolvimento global o quanto antes”, esclarece.

Assim que o desenvolvimento motor de Luccas estiver concluído, a Fundação Dorina vai cumprir com ele uma rotina de atendimento que envolve o trabalho das emoções e do convívio com a família, com a creche e com a escola. “Esse acompanhamento é feito para que a transição de cada uma dessas fases seja feita da melhor forma possível”, enfatiza Márcia.

Enquanto isso, a evolução de Luquinhas é sensível: ele está sempre buscando contato físico, interage, é curioso, risonho e, assim como a mãe, é pura simpatia. “Ele vai se acostumar com o mundo dele e vai ser muito feliz, tenho certeza!”, reforça Val, com uma alegria contagiante.

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