Aos 46 anos, o engenheiro industrial Irineu da Costa Cruz tinha uma vida tranquila: uma sólida carreira e uma família estruturada – casado e pai de uma adolescente de 12 anos, morava em Santo Amaro, bairro tradicional de São Paulo. Mas, há cinco anos, em 2007, a vida de Irineu teve uma mudança de rota: ele sofreu um descolamento de retina no olho esquerdo. Passou por três cirurgias, sem sucesso. Em junho de 2010, um novo descolamento, agora no olho direito. Mais seis cirurgias, igualmente sem resultado. Naquele mesmo ano, Irineu perdeu a visão e foi afastado do trabalho. Com a ajuda de amigos, chegou à Fundação Dorina Nowill e a esperança voltou à sua vida.
Ávido leitor, hoje o engenheiro recebe semanalmente a revista Veja falada e só em 2012 leu uma série de livros como The secret, O monge e o executivo e Fortaleza Digital, entre outros, o que o ajudou a resgatar sua autoestima. “O fato de a Fundação Dorina me possibilitar o acesso ao livro falado e ao livro digital faz com que eu tenha um enriquecimento cultural como qualquer outra pessoa”, destaca.
Na Fundação, Irineu passa por atendimento em diversas especialidades – psicologia, orientação e mobilidade, pedagogia, fisioterapia, assistência social e atividade da vida diária –, um suporte fundamental para que ele desenvolva a determinação necessária para superar as adversidades. “Vejo como uma capacitação para minha independência e autonomia. Tenho um sentimento de gratidão pela Fundação Dorina por disponibilizar todo um trabalho técnico e acessível sem nenhum custo, o que abriu uma grande porta para meu conhecimento, para que eu pudesse entender e aceitar minha atual condição de deficiente visual. Sinto-me incluído novamente e capaz de fazer planos”, completa.