O engenheiro mecânico aposentado José Cláudio da Rocha e Silva, de 66 anos, sempre teve uma vida corrida. Foi em meio a essa rotina carregada entre o trabalho e as horas dedicadas à família que ele descobriu que sofria de uma doença rara: herpes na retina. Com a visão esquerda já contaminada, José Cláudio foi submetido a várias cirurgias. Conseguiu manter por 10 anos 15% de acuidade visual (baixa visão). Durante esse período, o engenheiro continuou trabalhando, dando consultorias e fazendo palestras técnicas.
Em 2011, a herpes reapareceu na córnea direita. José Cláudio foi, novamente, submetido a cirurgias, fez três transplantes, mas seu organismo rejeitou a córnea. Depois de tudo isso, e já fragilizado por tantas cirurgias, ele perdeu totalmente a visão.
Foi aí que José Cláudio conheceu a Fundação Dorina Nowill para Cegos e decidiu passar pelo processo de reabilitação. Agora ele consegue andar com autonomia e segurança, voltou à vida ativa, viajando com a esposa várias vezes ao ano. Além disso, José frequenta assiduamente a biblioteca da Fundação, onde chega a pegar emprestados cerca de seis livros todos os meses, e acompanha semanalmente a versão falada da Revista Veja, da qual é assinante.
Todo o trabalho de reabilitação oferecido pela Fundação Dorina conseguiu transformar a vida de José Cláudio. Hoje, além de reconquistar sua autonomia, ele tem pela frente novas perspectivas. Prova disso é que há pouco tempo José passou a integrar o corpo de voluntários da Fundação, com o objetivo de, generosamente, ensinar a outras pessoas com deficiência visual aquilo que foi, um dia, ensinado a ele.