Fundação Dorina, Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Instituto Suel Abujamra se unem para fortalecer campanha de prevenção à cegueira
No dia 14 de abril, a Fundação Dorina promoveu uma live especial sobre a campanha Abril Marrom, que foi transmitida pelo nosso canal no Youtube.
Com mediação realizada pela Dra. Eliana Cunha, coordenadora de Educação Inclusiva da Fundaçao Dorina, o evento também contou com a participação de Kely Magalhães, Gerente de Serviços de Apoio à Inclusão da instituição, juntamente com José Beniz Neto, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Marcia Ferrari, médica do Instituto Suel Abujamra, e Caio Abujamra, presidente do Instituto Suel Abujamra.
Juntos, eles abordaram vários temas relacionados à saúde ocular, prevenção e tratamento, e a importância do mês marrom. Veja abaixo os destaques do encontro:
Principais causas de deficiência visual
No mundo todo existem, aproximadamente, 36 milhões de cegos, e 216 milhões de pessoas com visão subnormal, ou seja, com uma perda tão grande que afeta a rotina do ser humano e suas tarefas habituais. As principais causas de deficiência visual, além de erros refrativos (miopia e astigmatismo) são: a catarata, o glaucoma, a retinopatia diabética e a degeneração macular relacionada à idade. Já em crianças, as causas de cegueira podem ser: a catarata congênita, o glaucoma congênito, retinopatia da prematuridade, e doenças que a mãe pode adquirir durante o pré-natal como toxoplasmose, rubéola e sarampo. É importante sabermos as causas, para que possamos entender o que podemos fazer enquanto pessoas, médicos e cidadãos a fim de diminuir a quantidade de pessoas com deficiência visual no mundo.
– A catarata senil não pode ser prevenida, por ser uma doença que vem com a idade avançada, mas ela pode ser completamente tratada, principalmente quando detectada precocemente.
– O glaucoma é o aumento da pressão intraocular provocando danos ao nervo óptico. É uma doença silenciosa, em que os sintomas começam a aparecer apenas em fase avançada. Apesar de ser mais comum em adultos e idosos, algumas crianças podem apresentar também.
– Retinopatia diabética é uma complicação que ocorre quando o excesso de glicose no sangue danifica os vasos sanguíneos dentro da retina. Tratando os pacientes com diabetes, com remédios e mudança de alimentação, é possível evitar o acometimento dos olhos. Quanto mais grave a diabetes, mais grave será o prognóstico visual da pessoa com retinopatia diabética.
– Degeneração macular relacionada à idade (DMRI) causa lesão progressiva da mácula, área central e mais vital da retina, tendo como consequência a perda gradual da visão central. Ela atinge, majoritariamente, os idosos, mas não é tão comentada quanto a catarata – por ser menos comum – mas também é importante fazer a prevenção.
É importante que sejam traçados planos de prevenção da cegueira em todos os níveis, municipais, estaduais e federais, e a Fundação Dorina tem uma participação extremamente importante na divulgação e assistência para diminuir a incidência.
Ações de prevenção
As ações de prevenção devem começar antes mesmo da criança nascer. O pré-natal é muito importante para evitar cegueira na infância, pois a gestante precisa estar com as vacinas em dia e evitar doenças como sarampo e rubéola. Quando o bebê nasce, algumas medidas preventivas são tomadas ainda dentro da maternidade, conhecidas como Oftalmia Neonatal. É utilizado um colírio que limpa a ocular e elimina bactérias que causam conjuntivite no recém nascido. Logo após o nascimento, os bebês também fazem o “Teste do olhinho”, para a detecção precoce de problemas, como glaucoma congênito, retinopatia e má formação da retina.
A idade ideal para uma criança começar a frequentar o consultório oftalmológico é aos 6 meses de vida. Com 1 ano já é necessário começar as visitas de rotina que devem acontecer todos os anos, para garantir que as estruturas oculares estão se desenvolvendo adequadamente, garantir que não há nada de errado com os olhos das crianças, e tratar precocemente caso seja detectado algo. Muitas vezes, apenas os médicos são capazes de perceber problemas, que não podem ser vistos a olho nú, e rapidamente tratar e até reverter a situação. “Um especialista é capaz de reverter aquilo que pode ser revertido, minimizar aquilo que é possível e o que não é, ele dá condições para aquele paciente ter uma vida cheia de ferramentas para ela poder se adequar a sociedade”, diz Márcia Ferrari, médica do Instituto Abujamra.
A Fundação Dorina
Ao receber o diagnóstico de perda da visão, é comum as pessoas se perguntarem: “e agora?”. É nesse momento que entram os centros de reabilitação, que tem como objetivo apoiar toda a trajetória do paciente. A Fundação Dorina possui diversos programas de Habilitação e Reabilitação – como a Dorinateca, Oficinas de Inclusão Digital, Cursos livres e Oficina e Apoio à Inclusão no Mercado de Trabalho – para pessoas cegas ou com baixa visão em qualquer fase da vida. Ela trabalha para que todos possam adquirir ou resgatar capacidades e potencialidade, por meio de uma visão sistêmica e integrada, contribuindo para o melhor desempenho e emancipação.
O Abril Marrom
O Abril Marrom surgiu em 2016, a partir da iniciativa do Professor Doutor Suel Abujamra. Abujamra era médico oftalmologista e ex-presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Ele foi responsável por diversos avanços na área da saúde ocular no Brasil, e tinha como objetivo cuidar da visão do próximo. Ele foi o idealizador do Abril Marrom, e celebrar esse mês é também continuar a sua missão e honrá-lo. Essa campanha alerta sobre a prevenção, o combate e a reabilitação aos diversos tipos de doenças que atingem os olhos. A cor marrom foi a escolhida por ser a cor de íris mais comum nos brasileiros.