Algumas atitudes simples são fundamentais para a construção de ambientes mais inclusivos
Desde que os efeitos da pandemia da COVID-19 se instalaram no nosso dia a dia, temos visto muitas mudanças de hábitos e uma série de novos procedimentos tomando conta do nosso cotidiano. Como dizem, este é o “novo normal”.
Mas, quando se trata de pessoas com deficiência visual, algumas dúvidas surgem. Não se deve mais oferecer ajuda? Não se pode mais ter contato físico com a pessoa? Sim, algumas coisas mudaram, mas existem regrinhas básicas de convivência que nunca saem de moda.
Então, a fim de evitar uma “saia justa” e para fortalecer o exercício da acessibilidade atitudinal, aqui vão algumas dicas importantes sobre como ajudar uma pessoa cega ou com baixa visão sem constrangimento.
1) Identifique-se sempre
Um dos deslizes mais comuns ao se dirigir a uma pessoa que não enxerga é esquecer que o fator “visão” está comprometido. Por isso, ao cumprimentar uma pessoa cega ou com baixa visão, é preciso se identificar. Afinal, não dá para reconhecer a voz de todo mundo. É fácil! Basta dizer “Oi, Fulano, aqui é o Ciclano!”.
Outra dica importante é ao se referir a determinado objeto, lado, direção. Não basta, simplesmente, dizer “é por ali” ou “está lá” ou apontar o lado. É preciso dizer para qual direção você está apontando, se direita ou esquerda, se é mais à frente ou a quantos passos de distância.
2) Dirija-se sempre à pessoa
Uma mania de muitas pessoas que enxergam é falar com o acompanhante da pessoa com deficiência visual, em vez de falar diretamente com ela, como se a cegueira ou a baixa visão prejudicasse também a audição e a fala.
Não precisa ter medo de se dirigir a uma pessoa com deficiência visual. É respeitoso incluí-la e tratá-la como qualquer outro cidadão.
3) Não force uma ajuda
As pessoas com deficiência visual podem ser muito autônomas e nem sempre precisam de ajuda para algumas coisas. Se localizar, por exemplo, é uma delas. Decorar caminhos e seus obstáculos é algo comum para pessoas cegas e com baixa visão. Já na travessia de uma rua, porém, é aconselhável ter apoio de uma pessoa vidente como guia.
Mas, nesse período de distanciamento social, como ajudar? Primeiro de tudo, pergunte se a pessoa com deficiência gostaria de ajuda. Em caso positivo, fique um passo à frente e ofereça o ombro como apoio. A regra anterior, de oferecer o cotovelo, está suspensa devido a orientação sanitária de se proteger com o antebraço ao espirrar.
4) Seja gentil
Não é porque as pessoas com deficiência visual podem ser independentes que, às vezes, não precisam de uma ajudinha, como todo mundo. Principalmente durante o processo de reabilitação, a identificação de objetos, roupas e outras tarefas básicas do dia a dia estão sendo aprimoradas.
Por isso, é comum alguma confusão na hora de colocar um par de meias, ou passar uma maquiagem. Nessas horas, a gentileza é a melhor amiga! Se você percebeu algo diferente, chame a pessoa com discrição, informe o ocorrido e ofereça ajuda.
5) Olhe por onde anda
Pessoas videntes têm o costume de caminhar olhando para o celular, andam distraídas e até passam por onde não precisam. Isso acontece muito onde há piso tátil – material emborrachado com bolinhas e ranhuras, encontrado em algumas calçadas, estações de metrô ou pontos de ônibus. Esse recurso identifica a quem não enxerga quando o caminho é seguro, sem obstáculos pela frente.
Por isso, com a flexibilização e volta do tráfego pelas ruas, evite andar ou ficar parado sobre essa sinalização, pois muitas pessoas precisam dela para se guiar. E muita atenção no seu caminho, para ajudar o trânsito e todos os pedestres. Sabia que muitas bengalas já foram pisadas e entortadas por distração no celular?
6) Ofereça lugar no transporte coletivo
Nem todo mundo se lembra de avisar para uma pessoa cega ou com baixa visão que há lugares disponíveis no ônibus, metrô ou trem. Ela não está vendo se pode se sentar ou não. Inclusive, elas têm direito aos assentos preferenciais, reservados no transporte.
Portanto, da próxima vez que uma pessoa com deficiência visual entrar no transporte público, ofereça o assento. E se a pessoa não quiser sentar, tudo bem também! Talvez ela prefira ficar de pé mesmo.
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