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Daniel Sampaio

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“O Daniel do passado era tímido, isolado, não se comunicava bem e também não se expressava da melhor forma. Hoje sou maduro, seguro, gosto de estudar, ter mais conhecimento e fazer amizade”. É assim que Daniel Sampaio, 19 anos, comenta sobre os altos e baixos de sua vida: como se relembrasse do passado contando a história de uma outra pessoa.

Desde o nascimento, Daniel enxergava apenas com o olho esquerdo e alto grau de miopia. A família não conhecia e não foi em busca de tratamentos para a visão subnormal do garoto. Na 1ª e 2ª séries do ensino fundamental, o aprendizado era difícil e comprometido. A tentativa de tratamento foi uma operação de catarata, aos 8 anos, desenvolvida do olho esquerdo, mas houve descolamento de retina, agravando e levando à cegueira quase total. No diagnóstico atual consta que a retina está atrofiando, caminhando para a perda total do resíduo visual de Daniel, que ainda enxerga claridade e vultos do lado esquerdo.

Sem a visão, Daniel ficou entre idas e vindas à escola e o aprendizado só rendeu quando frequentou uma sala de recursos especiais por dois anos. “Quando tinha uns 11 anos, saí de férias já percebendo que a visão estava ruim, eu tinha que chegar muito perto da lousa para saber o conteúdo. Quando voltei de férias, já não enxergava nada, foi quando fiz aulas na sala de recursos”, conta.

Ao mesmo tempo que perdia a visão, Daniel enfrentava a perda da mãe, aos 12 anos. Assim, passou pelo período mais difícil de sua vida ao morar com uma tia. Neste período, ficou isolado, sempre em casa, sem estudos e sem perspectivas.

Quando parecia que tudo estava perdido, ao frequentar uma igreja ele conheceu a pessoa que mudaria de vez a sua trajetória: Ana Lígia. Ela o acolheu e hoje, com seu noivo, irmãos e mãe, formam a verdadeira família do rapaz. Ana Lígia conhecia a Fundação Dorina por ter baixa visão, e indicou a instituição para Daniel.

“Eu estava desatualizado e aqui conheci bastante coisa, com certeza foi o pontapé inicial para minha mudança de vida. Eu não tinha independência, até procurei fazer cursos, manter meus estudos, mas sem a mobilidade era muito complicado. Hoje tenho mais segurança, informação, fiz muitas amizades”, conta ele.

Neste momento o sorriso surge e o reconhecimento do Daniel que pode ser muito melhor do que aquele da infância é claro, e a expectativa positiva de um futuro melhor, também. “Tenho interesse no curso de revisão de materiais em braille, porque fiz o curso fora da Fundação; também estou aguardando os atendimento de terapia ocupacional para aprender as técnicas das atividades da vida diária. Ao terminar a escola, pois retomei os estudos, quero fazer uma faculdade. Ainda não tenho certeza, mas talvez seja administração”.

Daniel frequenta a Fundação Dorina desde setembro de 2014. Ele participou do projeto Desenvolvendo Talentos, que contou com oficinas de teatro e foi finalizado com a peça “O Novo Mundo de Oz”. “A melhor coisa da reabilitação é poder andar sozinho, ter independência e um novo convívio social que eu não tinha”, finaliza.

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