Ninguém esperava que Elaine nascesse com má formação do globo ocular, inclusive sua mãe, Eliane. No começo, a família ficou desorientada, mas o amor de mãe superou até isso: logo, Eliane marcou diversas consultas para descobrir o que poderia fazer pela filha.
As primeiras respostas, porém, vieram de onde menos se espera: das pessoas nas ruas, nos metrôs, nos ônibus. A solidariedade guiou os primeiros passos de mãe e filha. Talvez seja como na música do Djavan: “dizem que o amor atrai”.
Foi com a indicação das pessoas que Elaine conheceu o Padre Chico, onde estudou todo seu ensino fundamental; Lara Mara, onde encontraram uma variedade grande de materiais acessíveis; a Fundação Dorina, onde procurara cursos de capacitação, depois que ela se formou no ensino médio.
Para acompanhar o crescimento e a reabilitação da filha, Eliane deixou de trabalhar e passou a acompanhá-la em seu caminho à escola, a festas, ao cinema. Eliane não se tornou apenas um apoio, mas também uma companhia e uma amizade. O laço que as une é tão forte que percebemos a proximidade até no nome!
Apesar disso, um dos maiores sonhos da mãe é ver a filha independente. Por isso, em todos os locais que vão, Eliane tem o cuidado de indicar para Elaine alguns pontos de referência para que a filha consiga voltar sozinha. Afinal, amor de mãe é isso: saber quando os filhos estão prontos para andar com as próprias pernas.
Hoje Elaine tem 20 anos e, mesmo com certa autonomia, faz questão de convidar a mãe para festas, cinemas e encontros que vai.