Por traz das grossas lentes dos pequenos óculos de Victoria estão um par de olhos que têm mais de 80% da capacidade de visão totalmente comprometida. A pediatra percebeu que Victoria, ainda bebê, não tinha muita sensibilidade à luz e encaminhou a menina para um oftalmologista. Vários médicos a examinaram, até que o diagnóstico de catarata congênita foi confirmado.
Roberta, mãe de Victória, conta que o início foi muito difícil: “É duro a gente aceitar que um filho vai sofrer, que ele vai passar por dificuldades na vida. E desde cedo a gente conviveu com isso: a Victoria estava sempre machucada, pois caía demais e se desenvolvia mais lentamente que meus outros filhos”, lembra. “Mas desde que ela começou a vir para a Fundação Dorina, a Victoria só melhora. Não cai mais, está mais ativa, já está aprendendo a ler, recebeu alta da psicóloga e hoje ela é muito bem resolvida”, comemora a mãe.
Victoria é muito falante, determinada e, aos seis anos de idade, lida com seu problema de visão de uma forma impressionantemente madura: “Quero ser independente e ganhar uma lupa para enxergar melhor”. E já faz planos para o futuro: “Assim que minha mãe deixar, vou começar a estudar para ser professora de karatê”, garante.
A menina frequenta regularmente as aulas na escola pública que, em compasso com a Fundação Dorina, dá todo o suporte para o bom desenvolvimento da aluna tão esperta. “A escola segue todas as orientações que as profissionais da Fundação Dorina repassam e isso faz com que todos lá lidem muito bem com a diversidade”, diz Roberta.
“O que mais me emociona em toda essa história, é perceber que quando achávamos que nós é que iríamos ajudar a Victoria, descobrimos que quem nos ajuda é ela. Ela nos ensina a ver os problemas da vida de uma forma muito mais fácil”, enfatiza a mãe.