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15 de outubro de 2019

Diversidade e inclusão na prática: resultados do projeto ‘Embaixadores’

Como um projeto ainda em desenvolvimento pode já ter alcançado tantos resultados? É o que acontece com o Embaixadores da Diversidade. Confira!

Descrição de imagem: Foto de Caio olhando para frente e sorrindo.

Como um projeto ainda em desenvolvimento pode já ter alcançado resultados? É o que acontece com o Embaixadores da Diversidade, promovido pela Fundação Dorina Nowill para Cegos e patrocinado pelo Instituto Cooperforte.

A capacitação em diversidade e inclusão no mundo do trabalho para jovens com deficiência visual e profissionais de Recursos Humanos, que se iniciou em abril, está em pleno período de execução. O encerramento das oficinas está previsto para novembro e, mesmo antes disso, os resultados já são perceptíveis.

E o motivo desse sucesso também é evidente, depois que você conhece todo o processo do projeto, desde a concepção até a seleção dos participantes, e percebe um grande trabalho feito em equipe. Confira tudo isso em nosso blog!

Participação assídua

O primeiro grande resultado para a equipe é a participação ativa de todos – jovens e profissionais – em todos os encontros mensais. Isso já comprova a relevância do projeto, segundo a consultora de diversidade e parceira do projeto, Ivone Santana, do Instituto Modo Parités.

“Os profissionais do RH estão agradecendo muito por essa oportunidade. Alguns dizem até que mudou a vida! Não é fácil deixar o trabalho e passar o dia fora, mas não temos faltas, então é sinal de que eles estão gostando e aproveitando bem”, completou.

Quem confirma essa importância é Nayda Zago, representante da empresa Faber-Castell. Para ela, participar da formação tem sido um enorme aprendizado. “Estamos vivendo na prática aquilo que vemos no papel, na TV, no rádio. A gente consegue se colocar no lugar do outro e isso é gratificante. Além do que, estamos levando algumas práticas para o nosso dia-a-dia, o que é muito legal”, concluiu.

A participação dos jovens também representa uma vitória, já que um dos grandes desafios era garantir a permanência da turma por um longo período, mesmo com suas necessidades imediatas de trabalho.

Caio Henrique de Sá, de 23 anos, é um deles. “Eu não tinha muitas expectativas quanto ao curso. Mas, hoje, posso dizer que a pessoa que sou é muito melhor do que a pessoa de quando eu entrei. Não tem como aprender tudo isso e não mudar algo”, afirmou o estudante do 8º semestre de Direito.

Mudança na prática

Outro resultado comemorado pela equipe tem sido a transferência do aprendizado para a prática. Como disseram a Nayda e o Caio, o Embaixadores da Diversidade tem provocado reflexões que fazem a turma se movimentar de forma diferente a cada encontro.

Rosângela Lourenço, assistente social e parceira do projeto, contou que “os jovens acabam se revendo em suas questões. Então, vamos devolver pessoas para o mercado de trabalho ricas de diálogo e não somente operacionais”.

No caso dos profissionais, Rosângela ainda afirmou que eles tiveram uma mudança de olhar. “Muitos deles não tinham a dimensão do universo de uma pessoa com deficiência visual. Então, houve um choque inicial que os impulsionou a rever sua prática profissional”.

E Nayda completa: “A vivência com esses jovens nos mostrou que não temos noção nenhuma de suas capacidades e de sua vida normal. Entendemos que não basta só contratar as pessoas com deficiência para cumprir a Lei de Cotas. É preciso conseguir incluí-las, dar oportunidades de crescimento”.

Edson Defendi, coordenador do projeto e da área de Empregabilidade da Fundação Dorina, ainda revelou que as mudanças também já estão chegando nas empresas. “Além do processo do curso, estamos apoiando essas empresas em outras ações, como Semanas da Diversidade e aberturas de vagas de emprego para o nosso banco de talentos. Elas estão se abrindo para demandas que nunca tinham imaginado, o que significa que os representantes têm levado essa experiência para dentro, para melhorar seus programas”.

Missão cumprida

Lembra-se do Caio? O jovem que não tinha expectativas quanto ao projeto e, depois de começar o curso, sentiu as mudanças acontecerem? Pois bem, não foram somente mudanças comportamentais, no seu caso.

O que era esperado pela equipe somente após o término do projeto, aconteceu de forma inesperada com o Caio e mais três jovens: eles foram selecionados para vagas de emprego! É uma grande alegria para todos, mostrando que o projeto vem cumprindo sua missão.

“Um dia a gente visitou a empresa e, depois da atividade, um dos advogados me chamou para uma conversa informal. Em seguida, eu já estava participando de um processo seletivo e depois de um tempo soube que fui selecionado. Primeiro, não acreditei. Agora, estou muito feliz e agradeço muito pela oportunidade!”, contou o estudante que estava desempregado há mais de um ano e que, agora, vai começar o seu segundo estágio na área do Direito, na Transunion.

Com todos esses resultados significativos, o Embaixadores da Diversidade se torna um marco. Edson, com orgulho, afirmou: “A diversidade é uma coisa que está na gente, já existe, ‘diversos somos todos’ como diz o prof. Reinaldo Bulgarelli. Mas é agora que a sociedade está olhando para esse contexto, para a diferença entre as pessoas e para como elas podem contribuir com suas experiências de vida, sua origem, seu lugar de fala. E as empresas estão entendendo que, quanto mais elas montam equipes diversas, mais rico e criativo se tornará o trabalho”.